Terno D’ouros
Como não recordar os músicos que formaram no início dos
anos quarenta a orquestra ligeira da SFUA ?
Esta e outras referências a conjuntos musicais, foram
feitas por quem viveu esses tempos nos anos 30/40/50/60, e que têm todo o direito a serem recordados.
O trio Terno D’ouros
“Inicialmente era
para ser composto por; Álvaro Amaro, Helder Pimenta e Feliciano Silva.
O Álvaro, fazia
acordeon e voz. Hélder faria voz e ferrinhos e o Feliciano Silva tambor e voz.
Entretanto apareceu em Pinhal Novo um
funcionário dos CTT (carteiro) que havia sido deslocado para Pinhal Novo ‘por
castigo’. Chamava-se Amílcar Caetano e era portador de uma excelente voz para o
canto.
Como o Hélder
Pimenta não gostava de ensaios, foi substituído pelo Amílcar, não chegando o
Hélder a fazer parte do Terno D’ouros.
A estreia do Terno
D’ouros, foi no palco do Clube Desportivo Pinhalnovense, numa festa de
homenagem a um jogador de futebol do CDP de nome Manuel Lage que felizmente
ainda se encontra entre nós. (Nessa altura ainda não tínhamos o tambor,
instrumento que tivemos que improvisar, recorrendo a um balde de plástico).
Um amigo que já não
se encontra entre nós, António Ricardo, que era técnico na Rádio Renascença,
lançou-nos um desafio. Gravarmos em fita uns números e ele comprometia-se a que
fossem passados na estação de rádio, sempre que houvesse oportunidade. Depois
de por várias vezes ter a fita passado na rádio, apareceu a editora (Editora
Telectra R.C.A.) que propôs uma futura gravação em disco.
Entretanto o grupo
ia actuando em alguns espectáculos embora não tivesse ainda nome escolhido.
Num certo dia,
vinha o Grupo de Lisboa e no barco da carreira vinha em sua companhia o saudoso
Armando Campos que depois de alguma troca de ‘palpites’ sobre o nome que o
grupo devia ter, lançou esta hipótese:
- é pá, já há um
Grupo chamado Terno de Paus, porque não adoptam o nome de Terno D’ouros?
E foi o nome a prevalecer e aquele que nos popularizou.
A primeira gravação
comercial teve um enorme sucesso com quatro números musicais, onde o grande
sucesso foi Caldeirada à Portuguesa sendo
a autoria da letra e música de Álvaro Amaro.
Depois foi um
trabalhar constante por grandes palcos de hotéis de Lisboa, Coliseu dos
Recreios e a posterior gravação de mais dois discos. Um desses discos de enorme
êxito, englobava a Marcha do Vitória de
Setúbal com letra e música de Feliciano Silva.
O traje de
actuação era: Casaco vermelho e calça branca. Mais tarde substituímos o casaco
por calça preta e jaqueta.Já mais para o fim do grupo, usávamos o traje de jaqueta
e calça cinzenta .
O símbolo era uma carta que configurava o terno de ouros.
O símbolo era uma carta que configurava o terno de ouros.
Como tudo nasce, também morre.
Aconteceu o falecimento de um elemento (Amílcar Caetano), na altura em que já havíamos pensado acabar com o Grupo.
Muito mais haveria
para contar, todavia não podemos terminar sem lembrar o senhor Gonçalves,
alfaiate, que foi o designer de toda a nossa vestimenta de actuação".
Como será fácil perceber,
esta pequena crónica tem o ‘dedo’ de quem a viveu desde o princípio, Álvaro Amaro.
Embora já há algum
tempo haja feito uma proposta para que o Álvaro Amaro fizesse uma pequena resenha que nos recordasse o Terno D'ouros, só agora surgiu a oportunidade, que eu agradeço. Aqui fica uma pequena história para que não seja esquecido o mais famoso de quantos
grupos do género aconteceram em
Pinhal Novo. Falta escrever que a formação/fundação do Grupo ocorreu entre 1962/63.
Nos tempos finais, o Terno D'ouros, no chafariz do arrial, em Pinhal Novo.
JoséManuelCebola Abril 2016
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