Manuel Giraldes da
Silva (1898-1974)
Manuel Giraldes da Silva
Nasceu numa sexta-feira, dia 27 de Maio no longínquo ano de 1898.
Na Biblioteca de Montijo, do espólio de Manuel Giraldes da Silva, podemos encontrar vários géneros literários como a poesia, o teatro, o romance e o ensaio de consagrados autores da língua portuguesa, tais como: Luís de Camões. Eça de Queiroz, Ramalho Ortigão, Florbela Espanca, Cesário Verde, João de Deus, Antero de Quental, António Sérgio, Alexandre Herculano, Pinheiro Chagas, Almeida Garrett, além de uma importante colecção Camiliana; obras de clássicos da literatura Universal como: Victor Hugo, Dostoievsky, Caldwell, Steinbeck, Sartre; livros de arte com reproduções de algumas das mais importantes pinturas; como curiosidade encontramos edições especiais de obras literárias e raridades biográficas. (…) O nome de Manuel Giraldes da Silva foi atribuido à Biblioteca Pública.
Seu pai, Manuel Francisco da Silva natural de Aldeia Galega (Montijo) tinha a profissão de trabalhador agrícola. A mãe, Pulquéria da Piedade Antunes, natural de Viana do Alentejo, era a governanta na casa de José da Costa Xavier em Pinhal Novo.
Manuel Francisco e Pulquéria haviam casado em Palmela a 16 de Março de 1898, ele com a idade de 26 anos e a Pulquéria com 24.
Manuel Francisco e Pulquéria haviam casado em Palmela a 16 de Março de 1898, ele com a idade de 26 anos e a Pulquéria com 24.
Manuel Giraldes seria baptizado cerca de seis meses mais tarde a 24 de Outubro de 1898 na vila de Aldeia Galega pelo padre Manuel Frederico Ribeiro da Costa, tendo como padrinhos, Margarida Rosa da Silva e Manuel Ferreira Giraldes, farmacêutico.
Para além de receber o apelido Giraldes, muito provavelmente terá “bebido” do padrinho, os princípios básicos para a profissão que exerceu durante largos anos na herdade de Rio Frio como farmacêutico.
Como curiosidade, em 1908, ano em que Manuel Giraldes da Silva fez exame do 1º grau do ensino primário na Escola Oficial do concelho de Aldeia Galega, um outro grande vulto de Aldeia Galega de seu nome Álvaro Zeferino Campos Valente, concluía o curso de farmacêutico tendo assumido a direcção técnica da farmácia Giraldes que fora fundada em 1894, e, talvez também tenha tido participação na formação do jovem Manuel Giraldes na sua faceta farmarcêutica.
A referência aqui feita ao nome de Álvaro Valente, tem toda a propriedade se recordarmos que Francisco Joaquim Baptista - sobre quem daremos notícias brevemente - quando da fundação dos Bombeiros de Pinhal Novo, teve todo o apoio de Álvaro Valente que durante anos esteve ligado aos Bombeiros Portugueses e havia sido comandante dos Bombeiros Voluntários de Montijo.
Numa pequena brochura editada pela Biblioteca Municipal de Montijo em 1985, pode ler-se:
“Nasceu em Pinhal Novo , a 27 de Maio de 1898, este poeta, ensaísta, autor de peças teatrais e benemérito que a Cidade de Montijo se orgulha de considerar como filho.
Poeta
Na sua obra poética, a mulher foi a musa inspiradora. São de sua autoria as dezassete obras inéditas que se encontram na Biblioteca Municipal, tendo já sido editada por esta Câmara uma colectânea das suas poesias.
Inserido em meios teatrais e intelectuais de Lisboa, fez parte do movimento literário «O Cenáculo Tábua Rasa».
Colaborou ainda em diversos jornais como: Lusitânea, A Razão, Montijo, A Província, Gazeta do Sul, O Ribatejo, Fradique, Evolução, O Sidonista, Mundo Teatral, A Aldeia, O Aldeano, O Domingo, A Liberdade”.
Amante de Fotografia.
Essa sua faceta de fotógrafo permitiu-lhe colaborar com fotos para ilustrar edições de diversos
e variados temas; Portugal Ilustrado,
História da Tauromaquia, Paço de Queluz de Franco Cançio, As mulheres do meu país de Maria Lamas e,
contribuição para o fabrico do queijo típico do Alentejo do engenheiro José
Lupi.
É necessário recordar o espólio fotográfico composto por centenas de fotos, a grande maioria focada no dia a dia da Herdade de Rio Frio, mas muitas outras referentes ao nosso sítio.
É necessário recordar o espólio fotográfico composto por centenas de fotos, a grande maioria focada no dia a dia da Herdade de Rio Frio, mas muitas outras referentes ao nosso sítio.
Todo este
importante espólio foi legado por
testamento à Câmara Municipal de Montijo em 31 de Dezembro de 1969.
Os painéis de ajulejos da estação dos
caminhos-de-ferro de Pinhal Novo
Foram as suas fotos, que mostram imagens de Pinhal Novo e arredores,
nomeadamente de Rio Frio em meados do século XX, aquelas com que todos os dias
nos deparamos na estação de Pinhal Novo, que serviram de base inspiradora para a pintura dos azulejos que embelezam todo o perímetro da estação dos caminhos de
ferro (referimo-nos à estação construída em meados dos anos 30 do século XX).
Na
realidade todos os que passamos perto, por vezes não olhamos 'com olhos de ver' aquele trabalho magnífico
da fábrica de cerâmica Constância.
Fachada Norte do corpo principal da estação de Pinhal Novo, construida nos anos 30 do século XX.
A propósito:
O mensal «IMPULSO» nº1 (o único editado em Pinhal Novo) de 1 de Março de 1981, refere assim OS AJULEJOS DA ESTAÇÃO.
«Os ajulejos que revestem a estação da CP, são obra de grande beleza e constituem talvez a maior riqueza artística de Pinhal Novo. Foram pintados em 1938, sendo os temas centrais da autoria de João Rodrigues, os ornamentos de F. Branco e a produção de Faiança Battistini de Maria de Portugal - Fábrica Cerâmica Constância de Lisboa».
Fachada Norte do corpo principal da estação de Pinhal Novo, construida nos anos 30 do século XX.
A propósito:
O mensal «IMPULSO» nº1 (o único editado em Pinhal Novo) de 1 de Março de 1981, refere assim OS AJULEJOS DA ESTAÇÃO.
«Os ajulejos que revestem a estação da CP, são obra de grande beleza e constituem talvez a maior riqueza artística de Pinhal Novo. Foram pintados em 1938, sendo os temas centrais da autoria de João Rodrigues, os ornamentos de F. Branco e a produção de Faiança Battistini de Maria de Portugal - Fábrica Cerâmica Constância de Lisboa».
Quem
passa junto à estação dos caminhos de ferro de Pinhal Novo e olha os painéis de
azulejos que ornamentam as paredes exteriores do edifício, pode nem imaginar
que as fotos que serviram como base inspiradora para a execução dos painéis , foram
da autoria de um pinhalnovense!
Existe em Pinhal Novo uma rua em que o cidadão Manuel Giraldes da Silva é recordado, mas tem sido muito pouca a divulgação do quanto é importante para Pinhal Novo, a contribuição deixada por Manuel Geraldes da Silva, principalmente o espólio fotográfico.
Verdade se diga, que a Junta de Freguesia de Pinhal Novo, no ano de 1998, na comemoração dos seus 70 anos e 10 º aniversário da elevação de Pinhal Novo a Vila, promoveu entre 15 de Fevereiro e 15 de Março, uma exposição com algum trabalho fotográfico de Manuel Giraldes, intitulado «Imagens de Pinhal Novo e Rio Frio anos 20 - 30»
Verdade se diga, que a Junta de Freguesia de Pinhal Novo, no ano de 1998, na comemoração dos seus 70 anos e 10 º aniversário da elevação de Pinhal Novo a Vila, promoveu entre 15 de Fevereiro e 15 de Março, uma exposição com algum trabalho fotográfico de Manuel Giraldes, intitulado «Imagens de Pinhal Novo e Rio Frio anos 20 - 30»
Bom trabalho Zé. Estas pessoas desconhecidas da maioria dos actuais residentes nesta nossa terra, merecem o destaque que lhes dás e que sem dúvida, é bem merecido.
ResponderEliminarA história tem as suas regras que não deviam ser ignoradas por quem a quer contar. O concelho de Palmela só foi reactivado em 1926, após a criação do distrito de Setúbal, sendo até então uma freguesia de Setúbal. Quanto à freguesia de Pinhal Novo só foi criada em 1928. Logo Manuel Giraldes da Silva não nasceu na freguesia de Pinhal Novo, nem no concelho de Palmela, que em 1898 não tinham existência autárquica. Quanto a Álvaro Valente, figura importante da cultura montijense, não nasceu em Aldeia Galega, mas sim em Tomar. É preciso afinar todas estas informações para que não se transmitam equívocos.
ResponderEliminarA história tem as suas regras que não deviam ser ignoradas por quem a quer contar. O concelho de Palmela só foi reactivado em 1926, após a criação do distrito de Setúbal, sendo até então uma freguesia de Setúbal. Quanto à freguesia de Pinhal Novo só foi criada em 1928. Logo Manuel Giraldes da Silva não nasceu na freguesia de Pinhal Novo, nem no concelho de Palmela, que em 1898 não tinham existência autárquica. Quanto a Álvaro Valente, figura importante da cultura montijense, não nasceu em Aldeia Galega, mas sim em Tomar. É preciso afinar todas estas informações para que não se transmitam equívocos.
ResponderEliminarSenhor Joaquim Tapadinhas.Fará o favor de reler o blogue sobre Manuel Giraldes da Silva, porque como verificará, não escrevi que Manuel Giraldes tenha nascido na freguesia de Pinhal Novo. (Claro que a frreguesia ainda não existia).
ResponderEliminarTambém não escrevi que Álvaro Valente fosse natural de Aldeia Galega.Tal como o senhor, também colaborei com espólio respeitante a Álvaro Valente para editar no livro "Ávaro Valente O Homem e a Obra" que como sabe, tem impresso os elementos suficientes para que possamos escrever quando e onde nasceu Álvaro Zeferino Campos Valente. Julgo que não transmiti equívocos, mas grato pela sua intenção.