A Imagem existente na capela de Pinhal Novo e a sua história.
Foto da Imagem de Nossa Senhora do Livramento, que se encontra na capela de São José de Pinhal Novo. A Imagem foi esculpida na oficina de José Hilário Baptista, em Lisboa, durante o ano de 1878, e foi inaugurada com uma missa cantada, no dia 22 de Fevereiro de 1879. No final do ano de 1873 quando a capela de Pinhal Novo estava com condições para que fosse dita a primeira missa, vieram da ermida da Lagoa da Palha as imagens de São João, Santa Luzia,Santa Brígida, painel ou retábulo de Nossa Senhora do Livramento. Esse painel que seria uma tela pintada, serviu para ornamentar o altar principal durante a missa inaugural em 2 de Fevereiro de 1874 e continuou pelo tempo fora , até que os Mesários da Irmandade de São José e Nossa Senhora do Livramento conseguiram o dinheiro para mandar esculpir uma imagem que substituísse a já muito degradada tela. Nossa Senhora do Livramento seria Orago da ermida da Lagoa da Palha e a mais venerada por estas redondezas.
A propósito, e na ausência de outras referências, veja-se o que refere a única fonte encontrada no ano de 2005, em sustentação da origem da designação de Nossa Senhora do Livramento, bem como da iconografia que a representa.
"Após o triste episódio de Alcácer-Quibir, onde perdeu a vida D. Sebastião, o Reino de Portugal foi invadido pelas tropas de Filipe II que se julgava o herdeiro legítimo da Coroa Portuguesa. O duque de Alba, enviado pela Espanha para manter a ordem no país conquistado, mandou prender imediatamente todos os fidalgos que se negaram a render homenagem aos invasores. entre os presos estava Rodrigo Homem de Azevedo, um dos mais ardentes defensores de sua Pátria. Sua esposa,devotíssima de Nossa senhora, vendo o risco que corria a vida de seu marido, recorreu à Rainha do Céu, nesse momento de angústia. A seguir, durante nove noites, a dedicada matrona sonhou com a Virgem Maria que lhe apareceu dizendo: - 'Não te agastes, eu, que tudo posso, o livrarei. Se puderes, em algum tempo, edificar-me-ás uma casa'.
Terminada a novena, de entre todos os detidos, somente Rodrigo Homem recebeu ordem de voltar para casa. Seus amigos foram cumprimentá-lo e dele ouviram a narrativa da grande graça que lhe concedeu a Mãe de Deus. Em agradecimento, o fidalgo mandou fazer uma imagem de Nossa Senhora do tamanho e forma da visão que tivera em sonhos sua esposa, isto é; vestida de branco com os cabelos soltos e o Menino Jesus no colo. Devido às palavras da virgem: - 'Eu o livrarei', deu-lhe o título de Nossa Senhora do Livramento. Tendo falecido a primeira mulher, de Rodrigo Homem e contraindo ele segundas núpcias, contou à nova esposa o que lhe acontecera, e ela animou-o a construir a ermida da Senhora do Livramento. O fidalgo adquiriu um terreno apropriado e aí construiu o templo da Virgem.
Iconografia: Nossa Senhora de pé, vestida com uma túnica e um manto curto, que lhe cinge o corpo, segura com o braço esquerdo o Menino Deus e tem na mão direita um cetro. Ambos usam uma coroa real".
(A fonte desta transcrição: NILZA BOTELHO MEGALE. Invocações da Virgem Maria no Brasil, Petrópolis,Vozes,6ª ed. 2001, pp. 259-263)
Da História de Portugal
Depois do desastre de Alcácer-Quibir, (4 Agosto 1578) sucedeu a D.Sebastião no trono de Portugal o cardeal D. Henrique. Ao trono português apareceram vários pretendentes; Filipe II de Espanha, neto de D. Manuel I. Dona Catarina, duquesa de Bragança, neta de D. Manuel I, por via masculina. O duque de Sabóia, o príncipe de Parma, Henrique III de França e D.António, Prior do Crato, filho bastardo de D. Luís e de Violanta Gomes a 'Pelicana'.(D. Luís foi o 4º filho de D. Manuel I).
De todos os pretendentes, a duquesa de Bragança seria a herdeira legítima, mas nem D. António concordou nem Filipe II, que mandou para Portugal Cristóvão de Moura com a finalidade de comprar os opositores. O cardeal D.Henrique tentou entregar o trono a Filipe II por ser neto materno de D. Manuel I. Filipe II era filho do Imperador Carlos V (I de Espanha) e da Infanta portuguesa Dona Isabel. Os conselheiros opuseram-se. Reuniram-se as cortes em Almeirim para solucionar o problema.
Febo Moniz, procurador por Lisboa às cortes, demonstrou que Filipe II não servia ao país, mas a nobreza e o clero votaram a favor de Filipe II. Os procuradores do povo não concordaram e juraram solenemente "morrerem todos antes de obedecerem ao rei de Castela". Foi o que mais tarde aconteceu. Filipe II mandou encarcerar Febo Moniz e todos aqueles que se lhe tinham oposto. Entretanto como se escreveu, Espanha tinha mandado para Lisboa como seu agente o renegado e corrupto Cristóvão de Moura, com a bolsa recheada de ouro para comprar consciências renitentes, o qual mantinha Filipe II bem informado do que se passava em Portugal. Perante as notícias, Filipe II concentrou em Badajoz um exército de 30 000 homens, sob o comando do duque de Alba.
Em Santarém, o povo ao saber desta situação amotinou-se e aclamou D. António rei de Portugal e defensor do reino.
Em Maio de 1580, Filipe II deu ordem para que as suas tropas comandadas pelo duque de Alba invadissem Portugal. Pouco mais foi que um passeio militar para as tropas de Castela. Houve alguma oposição em Estremoz e principalmente em Setúbal. D. António, Prior do Crato, após a derrota em Alcântara, andou refugiado por aldeias e vilas até que conseguiu embarcar num navio francês que o levou para o exílio em França. Em Abril de 1581, nas cortes de Tomar Filipe II de Castela foi jurado rei de Portugal com o nome de Filipe I.
Em Santarém, o povo ao saber desta situação amotinou-se e aclamou D. António rei de Portugal e defensor do reino.
Em Maio de 1580, Filipe II deu ordem para que as suas tropas comandadas pelo duque de Alba invadissem Portugal. Pouco mais foi que um passeio militar para as tropas de Castela. Houve alguma oposição em Estremoz e principalmente em Setúbal. D. António, Prior do Crato, após a derrota em Alcântara, andou refugiado por aldeias e vilas até que conseguiu embarcar num navio francês que o levou para o exílio em França. Em Abril de 1581, nas cortes de Tomar Filipe II de Castela foi jurado rei de Portugal com o nome de Filipe I.
José Manuel Cebola, Maio de 2014
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